Jornal Bem Paraná - page 16

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CURITIBA, QUARTA-FEIRA,
20 DE JULHO DE 2016
Diversão
&Arte
BEM
PARANÁ
Lycio Vellozo Ribas
Para responder rápido:
qual é o nome do macaco que
acompanha Tarzan em suas
aventuras pela Africa? Quem
responder "Chita" provavel-
mente não conhece a real ori-
gem do personagem. "Chita"
é invenção dos filmes e seria-
dos antigos, que não respei-
taram direito a história do rei
das selvas africanas. Tarzan foi
protagonista de uns 200 fil-
mes e outras produções, mas
andava meio sumido desde o
desenho animado da Disney,
em 1999 — a tosca animação
de 2013 não conta. Eis que
agora ele volta, em
A Lenda de
Tarzan
, que estreia nesta quin-
ta-feira em Curitiba.
Tarzan é um caso clássico
de personagem da literatura
que se tornou maior que sua
obra. Como Sherlock Holmes
ou os TrêsMosqueteiros. E isso
Tarzan ressurge no cinema
torna-se uma vantagem, pois
o universo a se explorar é
imenso. A qualidade final dos
filmes fica sempre sujeita ao
respeito pelo personagem e
suas nuances. A
Lenda de Tar-
zan
é assim. Consegue respei-
tar o herói sem se prender es-
pecificamente a uma das his-
tórias escritas por Edgard Rice
Burroughs. Pelo contrário.
Para pincelar rapidamente
a origem de Tarzan (esse spoi-
ler prescreveu). Um casal de
ingleses — ela, grávida — so-
brevive a umnaufrágio na cos-
ta do Quênia, um país africa-
no, e constroem uma casa na
árvore para se proteger dos
animais. Não dá certo; os dois
morrem, mas não antes de o
menino nascer. Ainda bebê, ele
é adotado por um bando de
gorilas e cresce no meio deles
— e é batizado de Tarzan, que
significa “pele branca”. Já adul-
to, adaptado à selva do Quê-
Filme que estreia nesta quinta-feira em Curitiba traz o rei das selvas em aventura repaginada
nia e com interação perfeita
com os outros animais, ele é
descoberto por um cientista
norte-americano e sua filha
Jane. Eles descobrem que tra-
ta-se de John Clayton, neto do
lorde inglês Graystone. Tarzan
vai para a Inglaterra e assume
seu lugar no clã, mas não se
adapta e volta à África.
O filme dirigido por David
Yates (dos quatro últimos fil-
mes deHarry Potter) começa a
partir daí. Em 1888, Tarzan é
meio que forçado a voltar à
África para resolver uma ques-
tão diplomática. Isso teorica-
mente. Na prática, trata-se
uma armadilha, orquestrada
por Leon Rom, a serviço do rei
belga Leopoldo, umdos maio-
res canalhas do século 19. Rom
tenta achar diamantes para
salvar a pele do endividado rei
— que, por sua vez, considera
o Congo Belga como um terri-
tório de sua propriedade, onde
dizimar elefantes para extrair
marfim, matar animais e co-
mercializar escravos é tudo “da
lei”. Uma vez na África, o he-
rói vai aos poucos se despindo
do verniz da civilização ingle-
sa e retomando o seu lado sel-
vagem enquanto tenta resga-
tar a mulher, Jane, capturada
por Rom. Para essa tarefa, ali-
ás, ele conta com a ajuda de
GeorgeWashingtonWilliams,
um veterano da guerra de Se-
cessão dos EUA. No decorrer
do filme, a origem de Tarzan é
contada. A pinceladas.
Além de uma trama políti-
ca,
A Lenda de Tarzan
apresenta
algo até então inédito nos fil-
mes: a veracidade. Os animais
não têm diálogos fofinhos
como, por exemplo, ocorre na
animação de 1999 ou em
Mogli:
OMeninoLobo
,outrofilmedeum
humano no meio da selva. A
comunicação entre Tarzan e os
bichos é feita com a linguagem
peculiar de cada animal — ele
conhece cada uma delas. Uma
luta entre o herói e um gorila
desenrola-se da maneira espe-
rada entre um gorila e um ho-
memcomforça e agilidadebem
acima da média. Aqui, um pa-
rênteses: os animais são todos
feitos em CGI, bem como as
cenas em que o herói se balan-
ça de cipó em cipó. E, não, não
tem Chita.
Apesar de tudo isso, Hol-
lywood continua devendo um
filme fiel às origens de Tarzan.
A Lenda de Tarzan
não é esse fil-
me. E, se existe outro pecado,
é o de deixar transparecer que
o Rei das Selvas é um perso-
nagem “datado”, pertencen-
te à virada do Século 19 para
o 20. Infelizmente, assuntos
como tráfico de marfim, ma-
tança gratuita de animais sel-
vagens e escravagismo tam-
bém deveriam estar datados,
mas não estão.
JOHN CLAYTON / TARZAN
(Alexander Skarsgård)
Anos após ter deixado a
África, onde era uma
lenda, ele se tornou um
lorde inglês. Mas
acontecimentos forçam
seu retorno ao seu lar de
origem.
LEON ROM
(Christoph Waltz)
Emissário do Rei
Leopoldo, da Bélgica. Em
troca de diamantes, faz
uma aliança com um
chefe tribal do Congo e
se compromete a
capturar Tarzan.
GEORGE WASHINGTON
(Samuel L. Jackson)
Diplomata norte-
americano, convence
Tarzan a voltar à África.
Pragmático, sabe que o
rei Leopoldo, da Bélgica,
está cometendo
atrocidades por lá.
JANE CLAYTON
(Margot Robbie)
Mulher de John Clayton,
ou de Tarzan. Também
conhece bem a África —
cresceu lá com o pai, um
cientista — e está bem
longe de ser uma donzela
indefesa.
MBONGA
(Djimon Hounsou)
Chefe de uma tribo do
Congo, aceita se aliar aos
belgas. Desde que
receba, em troca, a
cabeça de Tarzan, com
quem tem uma pendência
antiga.
Tarzan se prepara para confrontar um dos gorilas de seu antigo bando: veracidade em relação aos animais é uma das marcas de
A Lenda de Tarzan
Fenômeno
BocaRosa
ganha os
palcos de
Curitiba
Uma boca e muitos
sonhos. Uma boca gran-
de. Uma Boca Rosa! Por
trás da boca uma meni-
na espontânea, diverti-
da, carinhosa e autênti-
ca. Bianca Andrade tem
21 anos, nasceu numa
comunidade do Rio de
Janeiro, se formou em
Maquiagem pelo Senac,
emMagistério pelo Júlia
Kubitschek e queria
mais. Precisava falar e
criou um blog. Nascia o
Boca Rosa. Ali, Bia divi-
de com os fãs/leitores,
além do seu cotidiano,
dicas de maquiagens,
unhas, cabelos, viagens
e aventuras. A simplici-
dade e o carisma de Bi-
anca conquistaram e fi-
delizaram o público fe-
minino, que hoje ultra-
passa os 7 milhões nas
redes sociais.
Neste ano, Bianca
Andrade sobe aos palcos
para contar a sua histó-
ria. É a primeira vez que
uma montagem teatral
vai abordar a vida de
uma blogueira, em Boca
Rosa – APeça, que estará
em cartaz em Curitiba
neste sábado. Utilizando
o charme da ficção, Bia
vai dividir como público
as experiências que mu-
daram a sua realidade e
levaram uma menina de
origem humilde a se
transformar noboommi-
diático que é hoje.
SERVIÇO
:
Boca Rosa - A Peça
Quando:
Sábado (23),
às 17 horas.
Onde:
Teatro
Fernanda
Montenegro
(Shopping Novo Batel
- Alameda Dom Pedro
II, 255 - Batel,
Curitiba)
Quanto:
R$ 90 e R$
45 (meia)
Divulgação
Bianca Andrade
Divulgação
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