Acada31horas, umamulher
éassassinada noParaná
Entre 2011 e 2015 foram 1.411 mortes por agressão no estado. Números, contudo, estão em queda
BEM
PARANÁ
7
Cidades
CURITIBA, TERÇA-FEIRA, 7 DE MARÇO DE 2017
Rodolfo Luis Kowalski
A cada 31 horas, uma mu-
lher morre vítima de agressões
no Paraná. Entre 2011 e 2015,
último ano com dados dispo-
níveis, foram 1.411 assassina-
tos no Estado, o que coloca o
Paraná como o quinto com
mais registros emnúmeros ab-
solutos, atrás apenas de São
Paulo (2.935), Minas Gerais
(2.159), Bahia (2.026) e Rio de
Janeiro (1.933).
Os dados foram compila-
dos a partir do Sistema de In-
formações de Mortalidade
(SIM), da Secretaria de Vigi-
lância em Saúde (SVS) do Mi-
nistério da Saúde (MS), mes-
ma fonte utilizada pelo Mapa
da Violência, de autoria do so-
ciólogo Julio JacoboWaiselfisz.
As causas de óbito são o so-
matório das categorias X85 a
Y09 da Classificação Interna-
cional de Doenças (CID-10),
que recebem o título genérico
de Agressões Intencionais.
Apesar do alarmante nú-
mero de homicídios, os dados
oficiais indicam uma redução
no número de mortes nos úl-
timos anos. Em 2011, por
exemplo, foram 283 casos. No
ano seguinte, o recorde ne-
gativo, com 321 mortes. Já em
2015 os dados preliminares
indicam 241 mortes, o menor
índice para os cinco anos ana-
lisados, representando uma
redução de 24,9% na compa-
ração com 2012 e de 14,8%
com relação a 2014, quando
haviam sido registrados 283
óbitos.
Entre os municípios para-
naenses, Curitiba é o que con-
centra o maior número de ho-
micídios em números absolu-
tos, com 251 caos entre 2011 e
2015. Assim como no Estado,
porém, houve redução em
2015, com 44 mortes, 22,8% a
menos do que em 2014, quan-
do haviam sido 57 óbitos.
A lista dos municípios com
mais ocorrências conta ainda
com dois da região Norte do
Estado, dois da Região Metro-
politana de Curitiba e outro da
região Oeste. São eles: Londri-
na (56), Cascavel (55), Colom-
bo (49), São José dos Pinhais
(45) e Maringá (43).
Amanhã
temmarcha
e protesto
emCuritiba
RÁPIDA
No Brasil
No Brasil, os dados
do Ministério da
Saúde revelam que
são 13 mulheres
mortas por dia, o que
dá uma média de uma
vítima de agressão
que morre a cada 32
minutos. Entre 2011 e
2015, 23.278 mulheres
morreram vítimas de
agressões no País.
Assim como no
Paraná, os números
oficiais indicam uma
redução no número
de mulheres
assassinadas no Brasil.
Foram 4.453 registros
em 2015, uma
redução de 7,8% na
comparação com o
ano anterior, quando
haviam sido 4.832.
Amanhã, Dia Interna-
cional da Mulher, vai ser
marcada em Curitiba por
uma grande caminhada
envolvendo mais de 20
entidades ligadas à luta e
ao trabalho da mulher. O
ato marcado na Capital
acompanha um movi-
mento mundial. O dia 8
de março deste ano será
um dia de paralisação das
mulheres em várias cida-
des do mundo. Além de
protestar contra a perda
de direitos da mulher, a
manifestação em Curitiba
ainda protesta contra a
reforma da previdência e
outras pautas locais.
Oato estámarcado com
concentração a partir das
17 horas na Praça Santos
Andrade, em direção à
Boca Maldita. No trajeto
serão feitos sete paradas,
com debates sobre o papel
da mulher na sociedade e
a diferença em relação aos
homens, além da violência
contra a mulher.
Homenagem
—As po-
liciais militares do Paraná
foram homenageadas, on-
tem, durante a seção da
Assembleia Legislativa do
Paraná. O evento, em alu-
são ao “Dia Internacional
da Mulher ”, reuniu várias
profissionais de diferentes
áreas, e a homenagem à
PM foi uma sugestão da
Comissão de Defesa Con-
tra a Violência à Mulher.
Todas as profissionais re-
ceberam um diploma e um
buquê de flores.