Jornal Bem Paraná - page 12

BEM
PARANÁ
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Educação
CURITIBA, TERÇA-FEIRA, 7 DE MARÇO DE 2017
SALA DE AULA
Wanda Camargo |
Autoconfiança
A crença em si mesmo é um sustentáculo emocional
valioso, e como quase tudo na vida deve ter equilíbrio.
Os dois extremos são perigosos e deletérios: o excesso,
que pode redundar em arrogância, sentimento de oni-
potência e, no limite psicopatia; a falta, que leva à des-
crença, pessimismo e depressão. Nos dois casos, a pes-
soa não tem noção realista de si mesma, ou tudo pode
ou nada pode; e os fatos costumam provar que essas
duas certezas são más conselheiras.
Professores, em particular, sabem que a crença na
própria eficiência não traz em si a solução correta de
questões matemáticas, ou a elaboração de um bom tex-
to, mas pesquisas na área educacional mostram que esta
confiança auxilia na seleção de boas estratégias e reduz
a ansiedade, dois fatores essenciais para uma solução
robusta dos problemas escolares ou vivenciais.
Em função disso, o interesse em saber como se origi-
na a fé na própria capacidade tem grande importância
educacional, dado que esta é uma boa chave para o con-
trole do processo de ensino e aprendizagem, despertar
na criança ou no jovem esta potencialidade facilita o
trabalho docente, pode produzir um profissional mais
competente no futuro, e uma pessoa melhor na convi-
vência com sua comunidade.
Aparentemente, a boa crença em si mesmo é cons-
truída a partir de vários fatores: as experiências exitosas
que vamos acumulando ao longo da vida, sucessos con-
tinuados em tarefas simples acumulam-se e fortalecem
o senso de uma possível vitória em eventos mais com-
plexos; o sentimento de “dar conta”, pequenas conquis-
tas como auxílios domésticos realizados a contento, fra-
ses espirituosas elogiadas, reconhecimento de esforços
mesmo que ínfimos. Por outro lado, fracassos repetidos,
exigências impossíveis de serem atendidas a cada etapa
de desenvolvimento, darão um senso mais deficitário de
eficácia, um medo que poderá imobilizar. É importante
observar que um fracasso eventual dentro de uma série
de sucessos terá pouca importância para a positividade
de um forte sentimento de capacidade pessoal; e da
mesma forma um sucesso eventual numa série de fra-
cassos também não mudará o sentimento negativo em
relação à chance de vir a vencer.
Assim, é imprescindível a existência de muitas expe-
riências exitosas na formação do ser humano. Não ape-
nas a escola, mas também familiares, precisam ter sem-
pre presente que cada etapa da vida tem seus desafios e
conquistas, solicitando sim a criança, porém sempre den-
tro de sua faixa etária e possibilidade física e mental, de
forma que esta possa acumular mais sucessos que insu-
cessos em sua trajetória.
Uma pesquisa interessante feita da década de 1980
constatou que crianças que podiam assistir vídeo de uma
vitória sua, significativa na solução de algum problema,
tendiam a ter melhor desempenho nos próximos desafi-
os em relação àquelas que não tiveram seu desempenho
filmado, o que sugere que a observação do próprio su-
cesso incrementa a autoconfiança, ou seja, a percepção
de um progresso real de certa forma modela a aquisição
de habilidades. Já os fracassos anteriores são fortes in-
dutores de ansiedade, quando estes são associados –
principalmente pelos adultos — à sua capacidade, mais
que ao esforço ou facilidade/dificuldade da tarefa, ou
mesmo ao simples azar.
Embora crianças muito pequenas demonstrem não
diferenciar exatamente a capacidade do esforço, assim
que desenvolvem a possibilidade de discriminar ambos,
consideram sempre a capacidade como mais importan-
te, até porque culturalmente este é um fator mais difun-
dido, associado ao que consideramos inteligência. Atri-
buir o sucesso à capacidade torna-se assim o reconheci-
mento da própria inteligência, e pessoas inteligentes
estão fadadas ao sucesso... ou assim estabelecemos em
nossa sociedade, o que nem sempre é verdadeiro.
Wanda Camargo – educadora e assessora da presidência
do Complexo de Ensino Superior do Brasil – UniBrasil.
Enemevestibular: hora
de retomar os estudos
Professores dão dicas de organização para quem está na reta final do Ensino Médio
Os principais vestibulares
do país e o Enem já divulga-
ram os resultados. Aos que
passaram é o início de uma
importante empreitada da
vida. Já para aqueles que vão
precisar tentar outra vez, a
principal dica é persistência.
Os especialistas do Cursinho
da Poli defendem que o pri-
meiro passo é oferecer apoio
a esses estudantes. Assim, o
aluno tem alternativas para
definir seu mapa de estudo
de forma individualizada,
considerando suas potencia-
lidades e dificuldades.
Oprofessor Gilberto Alva-
rez, diretor do Cursinho, e a
orientadora educacional Ales-
sandra Venturi, autores do li-
vro Enem #superdicas (edi-
tora PoliSaber), selecionam al-
gumas dicas para os alunos se
organizarem nesse novo ano
de estudos.
Para quem já prestou o
vestibular e persistiu no sonho
de cursar o ensino superior, o
primeiro passo já está dado.
O estudante deve ir atrás do
curso pelo qual optou, e não
mudar porque não passou
antes. “Só valemudar se achar
que, pessoalmente, quer ou-
tra carreira”, afirma Venturi.
Já Alvarez ressalta que
despreparo físico, falta de co-
nhecimento, ansiedade são os
responsáveis pelo “branco”.
Por isso, é importante saber os
fatores que levaram à não
aprovação no ano anterior. A
sugestão émarcar tudo empa-
pel, para aprender com as ex-
periências passadas. “Com
essa lista, o candidato evita
cometer osmesmos erros”, diz.
“O importante é acreditar
em si, todos são capazes! O
que falta para alguns é a opor-
tunidade”, afirma Alvarez.O
próximo passo é se organizar.
O estudante deve colocar no
papel tudo que faz de manhã,
de tarde e de noite, de segun-
da a segunda, incluindo refei-
ções, banho, hora de dormir.
“Com isso, ele identifica as la-
cunas nas quais pode estudar
e assim ajusta a rotina para
aproveitar ao máximo desses
momentos”, diz Venturi.
Os educadores afirmam
que é importante ter um cui-
dado diferente com as disci-
plinas que já causaram difi-
culdades. “Mesmo assim, é
essencial estudar de tudo,
mesmo o conteúdo conside-
rado fácil”, finaliza Alvarez.
Fatos que irão estar nas provas
O ano de 2017 será re-
pleto de datas históricas im-
portantes, como os 100 anos
da Revolução Russa e os 80
anos do Estado Novo. Es-
ses temas muitas vezes são
lembrados nas provas de
vestibular de todo o País.
De acordo com o profes-
sor de história do Curso Po-
sitivo, Daniel Medeiros, “os
acontecimentos que fazem
‘aniversário’ em 2017 têm
potencial para inspirar
questões não só de história,
mas também nas disciplinas
de literatura, geografia e até
física”.
Com a ajuda do profes-
sor foram listados os 10 fa-
tos que os vestibulando
precisam dar uma estuda-
da com um pouco de mais
profundidade.
Além disso, nesta lista-
gem o professor cita os mo-
dos possíveis de cobrança
dos assuntos nas provas
dos concursos vestibulares.
Vale a pena dar uma boa
conferida em cada item.
Os 500 anos da Reforma
Protestante, por exemplo,
pode vir cobrado em per-
guntas específicas na disci-
plina de história, abordan-
do o contexto histórico e
motivações políticas e eco-
nômicas, bem como seu viés
filosófico, com ênfase no re-
nascentismo.
Já os 200 anos da Revo-
lução Pernambucana pode
fazer parte de questões re-
lacionadas à história brasi-
leira.
O movimento alusivos
aos 100 anos da Revolução
Russa pode ser cobrado em
perguntas específicas na
disciplina de história, abor-
dando o contexto histórico e
motivações política. Já os
países participantes da ex-
tinta União da Repúblicas
Socialistas Soviéticas (URSS)
podem ser mencionados em
Geografia. “O assunto tam-
bémpode ser utilizado como
tema de redação”, alerta o
professor Medeiros.
Os 80 anos do Estado
Novo, celebrados em 10 de
novembro de 1937, podem
ser cobradas em perguntas
específicas na disciplina de
história, abordando o con-
texto histórico e motivações
políticas do acontecimento;
e também como tema de re-
dação.
Outro tema muito perti-
nente são os 70 anos do iní-
cio da Guerra Fria, um perío-
do de intensa disputa de po-
der entre os EUA capitalista
e a URSS socialista. A Guerra
Fria é amplamente aborda-
da em provas de vestibula-
res e pode estar presente nas
provas de história, geografia
e física, com menções às
bombas nucleares.
No site do portal Bem
Paraná os estudantes po-
dem conferir os demais fa-
tos históricos, detalhes mais
relevantes apontados por
Medeiros e o modo como
cada tema pode ser cobra-
do. Boa dica para quem pre-
tende entrar em uma uni-
versidade.
MAIS
10 FATOS HISTÓRICOS QUE PODEM CAIR NOS VESTIBULARES
500 anos da Reforma Protestante
200 anos da Revolução Pernambucana
100 anos da Revolução Russa
80 anos do Estado Novo
70 anos do início da Guerra Fria
60 anos da corrida espacial com o Sputnik
50 anos da Constituição do Regime Militar
30 anos do início da Perestroika de Gorbachov
30 anos da morte de Carlos Drummond de Andrade
10 anos da renúncia de Renan Calheiros
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