BEM
PARANÁ
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Cidades
CURITIBA, QUARTA-FEIRA, 28 DE OUTUBRO DE 2015
Pacientes daRMCpressionam
sistemade saúdedeCuritiba
De acordo com a Prefeitura, 10% dos pacientes das UPAs 24 Horas da Capital são moradores “de fora”
Rodolfo Luis Kowalski
Um em cada 10 pacientes
que procuram assistência mé-
dica nas Unidades de Pronto
Atendimento (UPAs) 24 Horas
de Curitiba não moram na
Capital. É o que aponta levan-
tamento realizado pela Secre-
taria Municipal da Saúde, e
divulgado ontem. Conside-
rando a média das nove UPAs
da cidade, são 91 mil atendi-
mentos por mês, dos quais
cerca de 9 mil de pacientes de
cidades da Região Metropoli-
tana de Curitiba (RMC).
A principal pressão no sis-
tema de saúde municipal vem
dos municípios limítrofes,
como Colombo, Almirante Ta-
mandaré, Pinhais, São José
dos Pinhais e Piraquara. Esse
impacto é mais sentido nas
UPAs Boa Vista eMatriz, onde
entre 30% e 40% do total de
atendimentos são para usuá-
rios de outros municípios. Já
nas UPAs Cajuru, Campo
Comprido e CIC, o fluxo de
pacientes de outras cidades
gira entre 10% e 15% do volu-
me total de atendimentos.
Em geral, os pacientes bus-
camatendimentonas unidades
mais próximas de suas cidades.
Não à toa, asUPAsMatriz e Boa
Vista concentram forte deman-
da de Colombo e Almirante Ta-
mandaré, enquanto a UPA do
Cajuruatendemuitospacientes
de Pinhais e Piraquara.
De acordo como secretário
de Saúde de Curitiba, Cesar
Titton, a maior pressão ao sis-
tema vem dos municípios ao
norte de Curitiba. “Existe difi-
culdade em todo o entorno (da
RMC), mas o volumemaior de
pessoas está relacionado nes-
sa região, e por isso a deman-
da é tão grande naUPAdo Boa
Vista e da Matriz. Existe im-
pacto significante nas outras
UPAs, mas fica muito aquém
dessas duas”, afirma Titton.
Aos cofres públicos, o cus-
to com esses “pacientes foras-
teiros” acaba sendo alto. Por
mês, a Prefeitura desembolsa
quase R$ 1,6 milhão com aten-
dimento a usuários de outros
municípios. Esse valor émaior
que o custo demanutenção de
um equipamento do porte da
UPA Matriz, de R$ 1,3 milhão.
O secretário de saúde
de Curitiba, Cesar Titton,
aponta que são diversos os
fatores que fazem os mo-
radores da RMC buscarem
as UPAs de Curitiba. Esses
motivos vão desde a difi-
culdade pra se encontrar
serviços para questões con-
sideradas de urgência até
a dificuldade de acesso e
mesmo conhecimento so-
bre os equipamentos dis-
poníveis nos municípios.
Ele ressalta, no entan-
to, que o problema não se
concentra apenas na falta
de estrutura para atendi-
mento de urgência e emer-
gência. “85% dos morado-
res de outrosmunicípios re-
corremàs UPAs de Curitiba
por problemas que poderi-
am ser resolvidos nas uni-
dades básicas de suas cida-
des, como gripes, resfriados,
dor lombar”, completa.
“Essa situação já ocor-
re há algum tempo, mas
havia a expectativa de
que com o lançamento do
plano metropolitano esse
problema fosse sanado no
curto e médio prazo. No
entanto, a estruturação
dos municípios não acon-
teceu no ritmo esperado.
Estamos numa situação
que contém nossa capa-
cidade de expansão e, no
longo prazo, de manu-
tenção da operação”, fi-
naliza Titton.
Nem sempre é
caso de urgência