BEM
PARANÁ
4
Política
CURITIBA, TERÇA-FEIRA, 22 DE DEZEMBRO DE 2015
Integrantes da Comissão
de Constituição e Justiça da
Câmara receberam ontem, re-
curso apresentado pelo presi-
dente da Casa, Eduardo Cu-
nha (PMDB-RJ) em que o de-
putado pede a nulidade da
decisão do Conselho de Ética
que deu prosseguimento ao
processo por quebra de deco-
ro instaurado contra ele.
Apesar de a Casa estar
esvaziada em decorrência da
proximidade do recesso Legis-
lativo, que inicia amanhã está
agenda para hoje a partir das
14h30 sessão na CCJ para dis-
cussão do recurso. Para que
sejam iniciadas as atividades
no colegiado é necessário um
quórum de no mínimo 34 de-
putados. Na sessão de ama-
Cunha recorre contra
processo no Conselho
Presidente da Câmara pede nulidade de decisão que deu prosseguimento a ação
nhã pode ser apresentado
pedido de vista, mais prazo
para avaliação do recurso. Por
outro lado, caso, ele seja apro-
vado, a decisão deverá ser
encaminhada para a Mesa da
Câmara que dará a palavra fi-
nal sobre o assunto.
No documento, assinado
por Cunha na última quinta-
feira, o deputado pede a nuli-
dade de praticamente todo o
processo conduzido pelos in-
tegrantes do Conselho de Éti-
ca. Na última terça-feira, por
11 votos a favor contra 9, inte-
grantes do Conselho aprova-
ram parecer preliminar do
deputado Marcos Rogério
(PDT-RO) dando prossegui-
mento do processo que pede
a cassação do presidente da
Câmara por quebra de deco-
ro.
O parecer de Rogério foi
apresentado após o deputa-
do Fausto Pinato (PRB-SP) ser
destituído da relatoria do pro-
cesso. No recurso, Cunha
questiona desde a escolha do
novo relator à votação final
ocorrida na semana passada.
Eduardo Cunha: nova manobra para impedir cassação
Lava Jato
Lobista envolve
ex-ministros
O lobista Fernando Fal-
cão Soares, o Fernando Bai-
ano, envolveu, em sua de-
lação premiada, dois ex-mi-
nistros argentinos no esque-
ma de corrupção da Petro-
bras. Emdepoimento à Pro-
curadoria-Geral daRepúbli-
ca, odelator afirmouque ele
e o ex-diretor da área Inter-
nacional da estatal Nestor
Cerveró receberamUS$ 300
mil cada para que a trans-
portadora de eletricidade
Transener fosse vendida a
um grupo argentino, entre
2006 e 2007.
Baiano disse que tam-
bém “estavam envolvidos
na negociação” os senado-
res Renan Calheiros
(PMDB-AL) e Jader Barba-
lho (PMDB-PA), o deputa-
do Aníbal Gomes (PMDB-
CE) e o então ministro de
Minas e Energia Silas Ron-
deau (governo Lula).
Segundo Fernando
Baiano, em 2006 ou 2007,
ele foi procurado pelo lo-
bista Jorge Luz, que repre-
sentava o grupo argentino
Eletroengenharia. O dela-
tor relatou que a empresa
estava interessada na com-
pra da Transener.
“Procurou Nestor Cer-
veró para falar sobre o as-
sunto, tendo sido informa-
do que o negócio já estava
fechado com um grupo
norte-americano, com par-
te do pagamento já reali-
zado, restando apenas a
aprovação do governo ar-
gentino”, afirmou.
Planalto
Acordo também
confirma recesso
Em reunião ontem, no
Palácio do Planalto, líderes
da base aliada e o minis-
tro-chefe da Secretaria de
Governo, Ricardo Berzoini,
fecharam entendimento
para que haja recesso par-
lamentar em janeiro. Se-
gundo lideranças governis-
tas ouvidas pelo Broadcast
Político, serviço de notícias
em tempo real da Agência
Estado, prevaleceu a tese
de que, diante da desmo-
bilização que já marca a
Câmara e o Senado desde
a última sexta-feira, seria
praticamente impossível
conseguir convocar os par-
lamentares para janeiro.
Ogoverno vinha defen-
dendo que deputados e se-
nadores voltassem ao tra-
balho ainda em janeiro,
para quepudessemconcluir
o mais rápido possível a
análise do processo de im-
peachment da presidente
Dilma Rousseff. A convoca-
ção extraordinária deveria
ser feita pelas presidências
da República, da Câmara
oudo Senado oupor reque-
rimentodamaioriadas duas
Casas e precisaria ser apro-
vada pela maioria absoluta
dos deputados (257) e dos
senadores (41).
“Ficou decidido que
deve ter recesso. A desmo-
bilização está grande, a
maioria dos deputados já
retornou para seus Esta-
dos”, afirmou o líder do
PMDB na Câmara, Leonar-
do Picciani (RJ).
MUNDO
Trump
Estados Unidos
—
A
proximidade das festas na-
talinas não impediu que os
candidatos à presidência
dos Estados Unidos acir-
rassem os ânimos dos de-
bates no fim de ano. Em
meio às acusações de par-
te a parte, o presidente dos
Estados Unidos, Barack
Obama, disse ontem, em
uma entrevista de rádio,
que o candidato Donald
Trump - omais cotado para
a nomeação presidencial
republicana - está explo-
rando o ressentimento e
ansiedades da classe tra-
balhadora para dar impul-
so à sua campanha. As elei-
ções ocorrerão em novem-
bro, mas os candidatos es-
tão participando de deba-
tes pela televisão.
Suspeitos
Bélgica
—
A polícia da
Bélgica prendeu cinco ho-
mens por suspeita de vín-
culos com os ataques terro-
ristas de Paris, durante uma
operação em Bruxelas no
fim do domingo e na ma-
nhã de ontem, informou o
escritório da promotoria fe-
deral do país. “Dois irmãos
foramdetidos para interro-
gatório”, disse Eric Van der
Sypt, porta-voz da promo-
toria, referindo-se à opera-
ção do domingo. Além de-
les, umamigodos irmãos foi
detido. O trio será apresen-
tado a um juiz para que ele
determine se mandados de
prisão serão emitidos con-
tra eles. Não foram encon-
tradas armas ou explosivos
durante essa operação, dis-
se o porta-voz.
Ataque suicida mata
membros da Otan e EUA
Afeganistão
—
Aomenos seis soldados da Organização do
Tratado do Atlântico Norte (Otan) morreram e outras seis pes-
soas ficaram feridas em um ataque com explosivos realizado
por um terrorista suicida ontem contra tropas afegãs e inter-
nacionais no Afeganistão, disse William Shoffner, chefe de
assuntos públicos da Otan com base emCabul. Uma autorida-
de dos EUA afirmou que soldados norte-americanos estavam
entre os que forammortos. O Taleban reivindicou a responsa-
bilidade pelo ataque suicida, que foi o maior ataque contra as
tropas estrangeiras no Afeganistão desde agosto. Shoffner disse
que o ataque aconteceu perto das 13h30 do horário local, nas
proximidades de Bagram, a maior instalação militar dos EUA
no Afeganistão. Uma autoridade, que falou sob condição de
anonimato pois não estava autorizada a falar com a imprensa,
disse que não poderia confirmar o número de norte-america-
nos mortos no ataque. Mohammad AsimAsim, governador da
província de Parwan, onde está localizado Bagram, disse que
um homem-bomba saiu de sua moto e caminhou até a vila
perto da base militar quando detonou os explosivos. Ele tam-
bém disse que dois policiais afegãos foram feridos no ataque
de ontem.
Incerteza
Espanha
—
As eleições
gerais de domingo na Es-
panha resultaram no início
de um período de incerte-
zas para a próxima legisla-
tura. Os espanhóis decidi-
rammanter o Partido Popu-
lar (PP) como o mais vota-
do, porém sem maioria
para governar sozinho e
exposto a uma aliança de
siglas menores que pode
tirá-lo do poder. O partido
esquerdista Podemos e a si-
gla Ciudadanos, próxima
ao setor empresarial, pas-
saram a ter representação
no Parlamento, o que aca-
bou com três décadas de bi-
partidarismo na Espanha.
Agora, pode haver semanas
de negociações entre dife-
rentes partidos para a for-
mação de um governo.
Resgate
China
—
Equipesde res-
gate vasculhavam ontem
em meio à lama, a pedras
e escombros deixados por
um deslizamento em uma
área industrial, que derru-
bou prédios e deixou mais
de 90 desaparecidos no sul
da China. O deslizamento,
ocorrido pouco depois do
meio-dia (hora local) do
domingo, atingiu três zo-
nas de indústrias nas pro-
ximidades da cidade de
Shenzhen, atingindo fábri-
cas, dormitórios e aparta-
mentos de trabalhadores e
suas famílias. Autoridades
disseram que o desliza-
mento danificou ou des-
truiu 33 prédios e outras
estruturas. Pela manhã, 91
pessoas estavam desapa-
recidas.
Josianne Ritz | Com a colaboração dos editores do BEMPARANA |
O presidente do Solidari-
edade, deputado Paulo Perei-
ra da Silva - Paulinho da Força
(SP), informou ontem, que o
presidente da Câmara dos
Deputados, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), convidou todos os
líderes partidários a participar
de uma reunião com o presi-
dente do Supremo Tribunal
Federal (STF), Ricardo Lewan-
dowski. O encontro, marcado
para hoje terá como objetivo
esclarecer dúvidas dos parla-
mentares sobre a decisão da
corte na última semana sobre
o rito do processo de impea-
chment da presidente Dilma
Rousseff.
Segundo Paulinho da For-
ça, ficaram dúvidas sobre
como será formada a comis-
são especial que avaliará o
processo de impeachment na
Câmara, como se dará a elei-
ção de presidente e relator no
colegiado e como ficará, a par-
tir de agora, a formação das
comissões permanentes na
Casa. “Tem uma série de dú-
vidas que precisamos esclare-
cer”, disse o deputado.
Justiça
Líderes discutem impeachment no STF
Marcelo Camargo/Agência Brasil