Jornal Bem Paraná - page 6

BEM
PARANÁ
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Economia
CURITIBA, TERÇA-FEIRA, 22 DE DEZEMBRO DE 2015
Como distinguir dengue,
chikungunya e zika vírus?
As três doenças são transmitidas pelo mesmo mosquito, o
Aedes aegypti
. Melhor remédio é a prevenção
Com a chegada do verão
cresce o risco de uma epide-
mia de doenças transmitidas
pelosmosquitos
Aedes aegypti e
Aedes albopictus
, comoadengue,
febre chikungunya e o zika
vírus. Uma dificuldade a ser
enfrentada na luta contra es-
tes males é a semelhança en-
tre alguns sintomas, que se
manifestam de formas distin-
tas em cada quadro. A febre,
por exemplo, pode aparecer
em todos os casos, mas, na
dengue, é mais elevada.
Manchas na pele, segun-
do a coordenadora do Comitê
de Virologia Clínica da Socie-
dade Brasileira de Infectolo-
gia, Nancy Bellei, são bastan-
te comuns em casos de Zika
desde o início da doença e, nas
infecções por dengue e chi-
kungunya, quando apare-
cem, chegam entre o terceiro
e o quinto dia.
“A dor de cabeça pode
aparecer nos três casos, sen-
do que, na dengue, é mais in-
tensa. O quadro de mialgia
(dores no corpo) também
pode se manifestar nas três
doenças. Já a articulação in-
flamada é pior na febre chi-
kungunya e dura até três se-
manas. Temos também a con-
juntivite, que pode aparecer
em infecções por chikun-
gunya e Zika, mas por den-
gue não”, explicou.
Não existe tratamento es-
pecífico para as infecções por
estes vírus. A orientação do
Ministério da Saúde é que na
presença de qualquer sinto-
ma, o paciente procure a uni-
dade de saúde mais próxima.
Além disso, deve fazer repou-
so e ingerir de bastante líqui-
do durante os dias de mani-
festação de sintomas.
Alguns medicamentos
como ácido acetilsalicílico e
outros anti-inflamatórios,
podem aumentar complica-
ções hemorrágicas, principal-
mente em caso de dengue.
Por isso, ao apresentar os
sintomas a pessoa não deve
se automedicar.
Verão
— Para Nancy, o
controle de focos do mosqui-
to será imperativo durante o
verão. O aumento de casos
de infecção pelos três tipos
de vírus durante o verão é
esperado por causa de carac-
terísticas biológicas do
Aedes
aegypti
.
Os ovos do mosquito, se-
gundo ela, podem sobreviver
por até um ano e, cinco ou seis
dias após a primeira chuva, já
formam novos insetos. “No
verão, chove mais e o clima
ajuda, já que a temperatura
ideal para o mosquito é entre
30 a 32 graus Celsius”, diz a
coordenadora. O verão come-
çou hoje, às 1h40.
Com a chegada do ve-
rão e o risco de uma epi-
demia de doenças trans-
mitidas pelo mosquito
Ae-
des aegypti
, como a dengue,
febre chikungunya e o zika
vírus, a procura por repe-
lentes para proteção dis-
parou, especialmente de-
pois que o Ministério da
Saúde recomendou seu
uso. E entre os produtos
no mercado, os de longa
duração, como os a base
de icaridin, viraram vede-
tes. Em Curitiba, uma das
redes de farmácias que co-
mercializa o produto têm
até fila de espera, já que o
repelente esgotou rapida-
mente nos últimos dias.
Um novo lote deve
chegar até o fim do mês, e
os clientes que deixaram
o nome e fizeram reserva
serão avisados por telefo-
ne. O interesse pelo pro-
duto é o tempo de dura-
ção, que pode chegar a 10
horas de proteção. Segun-
do o Ministério da Saúde,
são três os princípios ati-
vos comercializados no
Brasil aprovados pela
Agência Nacional de Vigi-
lância Sanitária (Anvisa).
Independente disso, o
Ministério adverte que os
produtos precisam ter re-
gistro na Anvisa. A consul-
ta de cosméticos repelen-
tes regularizados pode ser
feita pelo endereço: http:/
/www7.anvisa.gov.br/data-
visa/Consulta_Produto/
consulta_cosmetico.asp
Repelente
tem lista
de espera
emCuritiba
Litoral
Águas-vivas são monitoradas nas praias
A Secretaria Estadual da
Saúde está monitorando o
comportamento das águas-vi-
vas no Litoral paranaense. O
objetivo é avaliar o risco de
aumento no número de casos
de acidentes com esses ani-
mais, sobretudo por conta da
chegada dos veranistas. Da-
dos preliminares apontam
que não há surto na região e o
número de animais encontra-
dos nas praias está dentro do
normal para a época. “Mes-
mo assim, a recomendação é
que os banhistas fiquem aten-
tos e sempre busquem entrar
na água em locais cobertos por
guarda-vidas”, afirma a chefe
da Divisão de Zoonoses e In-
toxicações da Secretaria da
Saúde, Tânia Portella.
Desde o dia 8 de dezem-
bro, nove acidentes com
águas-vivas foram registrados
nas praias paranaenses. Os
casos aconteceram em balne-
ários de Pontal do Paraná (6)
e Matinhos (3). As informa-
ções são do Corpo de Bombei-
ros, responsável pelo primei-
ro atendimento às vítimas. Se-
gundo Tânia Portella, a ten-
dência é que o número au-
mente nas próximas sema-
nas. “As águas-vivas estão em
seu habitat natural e, por isso,
o que podemos fazer é moni-
torar as condições da água”,
explica Tânia.
2014/2015
2.481
acidentes
com águas-vivas foram atendidos pelos bombeiros
no Litoral do Paraná na temporada 2014/2015. O
número foi bem menor que na edição 2013/2014,
quando 17.846 ocorrências tinham sido notificadas.
No caso de contato com uma água-viva, a
recomendação pe banhar a região atingida com
vinagre e procurar ajuda médica rapidamente. O
vinagre também estará disponível em todos os
postos de guarda-vidas do Corpo de Bombeiros.
Com a chegada do ve-
rão — período em que o cli-
ma favorece a proliferação
do
Aedes aegypti
—, a Secreta-
ria Municipal da Saúde pas-
sa a divulgar boletins diári-
os com informações sobre o
mosquito e as doenças a ele
relacionadas. Os boletins
fazem parte da campanha
“Curitiba contra o Aedes”,
que a partir de janeiro in-
cluirá uma série de ações de
marketing destinadas a es-
clarecer e envolver a po-
pulação no combate aos ví-
rus da dengue, da febre chi-
kungunya e ao zika vírus –
todos transmitidos pelo Ae-
des aegypti.
Os textos visam princi-
palmente orientar a popula-
ção sobre formas de ajudar
no combate ao Aedes aegyp-
ti, além de tirar dúvidas co-
muns sobre os vírus trans-
mitidos pelo mosquito e ou-
tros aspectos ligados ao tema.
Os boletins podem ser
lidos
aqui:
http://
-
teudo/curitiba-contra-o-ae-
des/2695
Ao longo de 2015 foram
confirmados 226 casos de
dengue em Curitiba, três
deles autóctones —quando
a pessoa é infectada no pró-
prio local de registro da do-
ença. Além de um caso de
zika vírus e umde febre chi-
kungunya, ambos importa-
dos. Em 2014, foram 48 ca-
sos de dengue confirmados.
Aedes aegypti
Curitiba emite boletins diários
COMO DIFERENCIAR
SINAIS E SINTOMAS
DENGUE
ZIKA
CHIKUNGUNYA
Febre (duração)
Acima de 38º (4 a 7 dias)
Sem febre ou subfebril 38º (1-2 dias subfebril)
Febre alta (2-3 dias)
Manchas na pele
A partir do 4º dia
Surge no 1º ou 2º dia
Surge entre o 2º e 5º dia
Dor muscular
Forte
Fraca
Forte a moderada
Dor articular intensa
Leve
Leve/moderada
Moderada/intensa
Edema da articulação
Raro
Frequente e leve intesidade
Frequente/moderada a intenso
Conjuntivite
Raro
50-90% dos casos
30% dos casos
Dor de cabeça
Forte
Moderada
Moderada
Coceira
Pouco frequente
Frequente
Pouco frequente
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